Por meio de nota, o Hospital informou que está ciente do ocorrido e que o caso está sendo apurado através de uma Comissão Técnica.
O bebê da auxiliar administrativa Fernanda Santos, de 35 anos, foi dado como morto após uma ultrassonografia realizada no Hospital Jorge Valente, no bairro do Rio Vermelho, em Salvador. A margem de erro em exames desse tipo é de até 20%, segundo a Sociedade Brasileira de Radiologia, mas a paciente relata que houve negligência do diagnóstico.
Por meio de nota, o Hospital Jorge Valente informou que está ciente do ocorrido e que o caso está sendo apurado através de uma Comissão Técnica. [Leia a nota na íntegra no fim da reportagem]
Em janeiro deste ano, Fernanda Santos descobriu que estava grávida do primeiro filho. O sentimento de felicidade, no entanto, durou pouco após ela começar a ter sangramentos. Ao realizar ultrassom para investigar a situação, foi informada que o bebê estava morto.
“O médico constatou que não havia batimento [cardíaco]. Foi horrível. Em um dia eu estava grávida, com batimento, no outro dia já não tinha mais bebê”, relatou.
“Eu retornei para o obstetra e ele me deu duas opções: a primeira era ser internada para fazer a curetagem. Já a segunda, era tomar uma injeção para expulsar o resíduo em casa, e foi essa a que eu escolhi”.
Depois de receber a injeção, Fernanda voltou para casa, teve mais sangramentos e dores. Ao todo, foram 12 dias com mal estar e enjoo, até que um dia ela desmaiou e decidiu voltar ao hospital. Na unidade de saúde, ela recebeu um diagnóstico diferente, que provocou uma mistura de sentimentos: alegria, angústia e preocupação.
“Passei pela obstetra, ela me encaminhou para ultrassonografia. O médico me fez umas perguntas e quando começou a fazer o exame ele perguntou: ‘você fez a ultrassonografia do óbito aqui no hospital?’. Eu falei: ‘fiz, nessa mesma sala’. Aí ele falou: ‘seu filho está aqui, seu filho está vivo’ e me mostrou. Eu fiquei muito feliz e muito preocupada, por conta da injeção”, afirmou.
Grávida relata negligência médica após bebê ser dado como morto em ultrassom realizada em hospital particular na BA — Foto: Reprodução/TV Bahia
Após descobrir que o bebê ainda estava vivo, a auxiliar administrativa reuniu toda a documentação para recorrer à Justiça, conforme explica o advogado Luiz Vilson.
“Nós vamos entrar com essa ação de indenização por danos morais, tendo em vista o erro médico, que é incontestável. Vamos também noticiar o fato ao Conselho de Medicina para que eles tomem providências administrativas”, garantiu o advogado.
Agora, com dois meses e meio de gravidez, Fernanda deseja que seu primeiro filho nasça com saúde. “Eu espero que isso não tenha afetado de forma negativa o desenvolvimento da minha gestação. Ele [médico] foi negligente. Esse diagnóstico poderia ter tomado outra via, porque eu poderia ter feito a curetagem e ter assassinado o meu bebê”.