Após um ano em liberdade, pastor suspeito de mandar matar líder de igreja e sobrinha é preso novamente
Edimar Brito foi solto em junho de 2017. Juiz em Vitória da Conquista pediu prisão e ele se entregou na delegacia de Itabuna.
O pastor Edimar Brito, suspeito de mandar matar a também pastora Marcilene Oliveira Sampaio e uma sobrinha dela, Ana Cristina Sampaio, foi preso novamente na segunda-feira (25). Edimar se apresentou na delegacia de Itabuna, no sul da Bahia.
O crime ocorreu em janeiro de 2016. Edimar foi preso no mesmo mês e ano do crime, mas foi solto em 20 de junho de 2017, e desde então seguia em liberdade. De acordo com o delegado Marcus Vinícius, a Justiça em Vitória da Conquista pediu a prisão de Edimar novamente.
“O mandado de prisão saiu na segunda-feira passada [18 de junho] porque ele foi pronunciado novamente. O juiz entendeu que o réu deve ir a júri e por isso pediu a prisão dele”, explicou o delegado de Vitória da Conquista.
A polícia não detalhou o que Edimar fazia em Itabuna, disse apenas que ele deve ser transferido para Vitória da Conquista. Ainda não há data para o júri que irá decidir se o pastor será condenado ou absolvido. Também não há informações se o suspeito irá a júri popular.
Caso
Os corpos de Marcilene e Ana Cristina foram encontrados no dia 20 de janeiro de 2016, em uma estrada que liga a cidade de Vitória da Conquista ao município de Barra do Choça, após sequestro na noite anterior.
A pastora, Marcilene Oliveira Sampaio, também era professora da Universidade Estadual da Bahia (Uneb). As duas mulheres foram mortas com golpes de pedra, segundo a polícia.
Outros dois suspeitos de executar as mortes foram presos. São eles: Adriano Silva dos Santos, que já foi condenado pela Justiça e cumprirá 30 anos de prisão em regime fechado, e Fábio de Jesus Santos, que ainda não foi julgado.
A suspeita da polícia é de que o crime teria sido motivado por vingança após as vítimas, que eram colegas do pastor suspeito, terem saído da igreja dele depois de um desentendimento. Elas teriam fundado um novo templo e levado a maioria dos fiéis. O pastor negou o crime na época da primeira prisão.
Investigações
A suspeita é de que Marcilene e os parentes já estavam sendo seguidos desde o momento em que deixaram a igreja. Conforme a polícia, ao perceberem as vítimas paradas na estrada, os suspeitos decidiram agir.
O marido da professora, que também é pastor evangélico, estava com as duas mulheres no momento da chegada dos criminosos, na noite do dia 19 de janeiro de 2016. De acordo com a polícia, ele foi espancado, mas conseguiu se salvar. Segundo a polícia, a intenção dos criminosos era matar toda a família no sítio em que as vítimas residiam.
O marido da pastora foi colocado dentro carro dos suspeitos e seguiu pela estrada com um dos criminosos. O outro suspeito e o pastor ficaram ao lado da professora e da sobrinha dela, às margens da rodovia. As duas mulheres foram mortas a pedradas.
De acordo com a polícia, o marido de Marcilene, que estava no banco de passageiro sob a mira de um revólver, foi agredido várias vezes ao longo do trajeto pelo suspeito, mas conseguiu fugir e acionar a polícia.
Fonte: G1