Caracterização da pesca contribui para melhor gestão da atividade e evidencia sua importância para a economia local
No litoral, o turismo e a pesca costumam ser as principais fontes de renda e emprego. No caso da pesca artesanal, são encontradas características sociais, econômicas e até históricas específicas de uma região, sustentando famílias inteiras por gerações. Respeitando esses aspectos e o compromisso com diálogo junto às comunidades, a Veracel Celulose realiza desde 2014 o monitoramento do desembarque pesqueiro nos municípios de Belmonte e Santa Cruz Cabrália, com o apoio da empresa de consultoria ambiental CTA, contratada para execução desse monitoramento.
Nos dias 13 e 14 de junho, os resultados do desembarque pesqueiro de 2017 foram apresentados aos pescadores e marisqueiras, apontando as principais características da pesca bem como sua participação econômica nessas localidades. Nelas, se encontram 76 embarcações que são, em sua maioria, de menor porte, com pouca estrutura para longas viagens e grandes capturas.
O pescador Aloizio Matos de Oliveira, mais conhecido como Belisco, de Coroa Vermelha, valorizou este levantamento anual, bem como o fortalecimento do diálogo entre os pescadores que, com o auxílio dos dados oferecidos, podem ser contemplados com políticas públicas direcionadas à comunidade pesqueira. “Esse monitoramento é um trabalho bonito, mas o poder público precisa olhar para o pescador com mais valorização. Com esse documento, a gente precisa se organizar melhor e mostrar a força que o nosso trabalho no mar tem para a economia daqui”, defendeu.
De acordo com os registros do monitoramento em Santa Cruz Cabrália, o dourado e o badejo lideraram a produção de desembarque em 2017, seguido do camarão sete barbas e VG. Em Belmonte, a pescadinha e guaiúba foram os principais pescados capturados neste período. Nesses municípios, as principais artes de pescas são a rede de arrasto e de emalhe fixa e a linha.
Dona Salvalina Gonçalves é marisqueira e mora na Vila Guaiú. Para ela, o monitoramento é importante porque oferece mais detalhes da produção e faturamento da pesca, além de também estimular o diálogo. “Eu participo de todas as reuniões da Veracel”, destacou a pescadora de marisco sobre o seu interesse nos números apresentados.
A produção pesqueira monitorada no ano de 2017 movimentou a economia com mais de três milhões de reais, somente na primeira comercialização. Para o coordenador de Controle Ambiental da Veracel, Tarciso Matos, a compilação desses números pode orientar o aperfeiçoamento da prática pesqueira. “Com o monitoramento, os pescadores também podem influenciar as políticas públicas de apoio à atividade de pesca”, exemplificou Matos.