Maria de Lourdes disse que sentimento de mãe não vai mudar, mas agora quer saber o paradeiro da filha ou filho biológico. Entenda o que levou a família a fazer os testes de DNA.
Moradora de Pau D’Arco do Tocantins, Maria de Lourdes Lopes Sousa, de 59 anos, mãe de mais quatro filhos, conta que agora a maior preocupação e curiosidade é saber por onde anda o filho biológico. “Não é fácil, mas tenho muita fé e esperança de encontrar. Sei que não vai ter amor a mim, mas quero pelo menos ver.”
A mãe conta que apesar das diferenças físicas em relação aos outros filhos, nunca duvidou que a mulher de 37 anos, que não quis ter o nome divulgado, não fosse sua filha biológica. Ela garante que o sentimento de mãe não vai mudar. “É um amor de mãe. Esse resultado não muda meu sentimento por ela, mas eu quero saber onde meu outro filho ou filha está.”
Maria de Lourdes não lembra de nenhuma movimentação diferente no dia do parto. Além dela, havia pelo menos mais três mães que deram à luz. Ela disse que ficou um período dentro do hospital longe do bebê e só viu a criança no dia seguinte ao parto.
Como ela não tinha feito ultrassonografia para saber o sexo do bebê ainda na barriga, o filho biológico pode ser um homem ou mulher de 37 anos, nascido no dia 26 de abril de 1981 no Hospital e Maternidade Dom Orione, em Araguaína, no norte do Tocantins.
A outra filha de Maria, Menithên Henrique de Sousa Queiroz, de 35 anos, disse que está focada na procura por meio das redes sociais. Ela disse que além da família, alguns amigos estão ajudando com o compartilhamento das informações. “No momento é uma luta incansável para a gente achar ela ou ele. Claro que a pessoa não vai sentir o mesmo sentimento, mas a gente quer saber quem é. É como procurar uma agulha no palheiro, mas eu acredito que vou encontrar.”
Por que a família ao teste de DNA?
Maria de Lourdes explica que sempre foi criticada pela família do marido por causa da diferença física da criança em relação aos irmãos, principalmente a cor. “Depois dela nascer eu tive outra menina, do mesmo pai, e também nasceu branca como os outros irmãos. Achavam que eu tinha traído ele. Eu lembro de outra mulher negra que estava no mesmo quarto que eu. A troca pode ter sido com ela”, disse a mãe.
A filha, supostamente trocada, foi criada pela avó paterna desde os sete anos, quando ela se separou do marido. Segundo a família, ela acreditava que Maria de Lourdes era a mãe biológica, mas duvidava da paternidade e por isso teria pedido o teste para o pai. Depois ela pediu o teste de maternidade, que comprovou que não é filha de nenhum dos dois.
A mulher que desconfia ter sido trocada entrou na Justiça contra o Hospital e Maternidade Dom Orione. A reportagem entrou em contato com a unidade que se limitou em dizer que o “departamento jurídico está averiguando o caso e tomando as providências cabíveis.”
Fonte: G1