Justiça concede liberdade para 137 de 159 presos em festa de milicianos na Zona Oeste

Sem categoria

Decisão foi tomada pelo juiz da 2ª Vara Criminal de Santa Cruz na tarde desta quarta-feira (25). Familiares que estavam na frente do fórum comemoraram e se emocionaram.

O juiz Eduardo Marques Hablitschek, da 2ª Vara Criminal de Santa Cruz, na Zona Oeste do Rio, revogou nesta quarta-feira (25), a prisão preventiva de 137 dos 159 presos na operação policial de combate à milícia realizada no dia 7 de abril também na Zona Oeste.

Ainda não há previsão de quando o grupo deixará o presídio onde está em Bangu. Entretanto, o clima foi de emoção e comemoração entre os familiares quando a notícia da liberdade dos parentes foi divulgada. Eles se reuniram e fizeram uma oração de agradecimento. Cerca de 50 familiares dos presos na festa de milicianos aguardavam desde o início da manhã a decisão da Justiça.

Pedido do Ministério Público

A decisão atende a um pedido feito pelo Ministério Público do Rio de Janeiro. No pedido, o MP dizia que, não havia, até o momento, provas efetivas que permitissem o oferecimento de denúncia contra os presos. Por isso, o órgão defende a permanência na cadeia de 21 suspeitos e pedia a liberdade para 137 presos.

No entanto, o texto do pedido de liberdade deixa claro que não há nenhuma ilegalidade na ação policial, tampouco na decisão da Justiça que determinou a prisão dos 159 participantes da festa.

O pedido foi feito com base num levantamento da Delegacia de Repressão ao Crime Organizado (Draco) sobre a situação de todos os presos na madrugada do dia 7.

Expedição dos alvarás de soltura

A partir de agora, após a decisão judicial, os alvarás de soltura serão expedidos e encaminhados para a Polinter. Após esse trâmite, os documentos serão entregues à Secretaria de Administração Penitenciária para a soltura dos presos.

Na decisão, o juiz determina ainda que os fuzis e munições apreendidas sejam entregues à Polícia Civil do Rio com a finalidade de combater “o crime organizado.

Alívio e emoção das famílias

Luciene da Silva, mãe de Rafael Silva de Lima, comemorou bastante a liberdade do filho. Ela afirmou que ficou aliviada com a decisão já que Rafael nunca tinha ficado fora de casa tanto tempo.

“Eu fiquei ontem aqui na porta o dia todo, hoje o dia todo, só esperando essa vitória. Não sei se essa vitória veio tarde ou na hora, mas era tudo o que a gente precisava. Agora é bola pra frente. Eu acredito que ele até tenha perdido o emprego, ele fazia curso de mecânica industrial no Senai, nunca faltava o emprego. Mas agora é bola pra frente. Estou aliviada, não vejo a hora de encontrar com ele. Ele nunca ficou tanto tempo fora de casa”, disse.

No quinta-feira passada, o juiz já haviarevogado a prisão preventiva do artista de circo Pablo Dias Bessa Martins, também detido na operação policial. Ele deixou o presídio de Bangu no sábado (21) e foi o primeiro do grupo a ser solto. Na decisão, o juiz Eduardo Marques Hablitschek escreveu que Pablo é “réu primário, não possui antecedentes criminais, tem residência fixa e é profissional circense”.

Artista circense Pablo Martins foi o único preso em operação contra milícia libertado (Foto: Reprodução/GloboNews)

Artista circense Pablo Martins foi o único preso em operação contra milícia libertado (Foto: Reprodução/GloboNews)

O advogado Jorge Moreira de Oliveira, que representa os presos Bruno Alves da Mata e Jefferson Amorim Batista, afirmou que a decisão foi coerente e respeitou a Constituição. De acordo com ele, as defesas dos acusados se uniram no caso.

“Foi uma decisão justa, hoje nos vimos a constituição brasileira ser obedecida no Rio de Janeiro diante dessa atrocidade cometida. O estado de exceção não pode existir aqui no Rio. Quero parabenizar a decisão do juiz e o Ministério Público que foi sensato e se manifestou através da Constituição”, disse.

Fonte: G1

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *