Com o objetivo de explorar o papel estratégico das ações climáticas de agricultura e energias renováveis para alcançar a meta de limitar o aumento do aquecimento global em 1.5°C, a Associação Brasileira do Agronegócio (ABAG), a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP), a Sociedade Rural Brasileira (SRB) e a CropLife Brasil apresentam contribuições para fortalecer a participação brasileira nas negociações de clima e promover debates críticos.
Às vésperas da atualização das Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs), que serão enviadas pelos países até fevereiro de 2025, o financiamento – grande tema da COP29 – se mostra crucial para permitir um nível de ambição capaz de atingir a meta em questão.
No entanto, em meio a elevadas tensões geopolíticas e maior incidência de eventos climáticos extremos, a Conferência deste ano, realizada em Baku (Azerbaijão), possui o complexo desafio de impulsionar a adoção de ações robustas e reestruturar a arquitetura acerca do financiamento climático.
Entre os desafios está a aprovação da nova meta coletiva e quantificada de financiamento (NCQG) que, nas próximas décadas, será imprescindível para estimular e aprofundar o cumprimento das metas climáticas. Na avaliação dos dirigentes das entidades, “sem catalisar a agenda de financiamento, criando além dos recursos de doação, recursos atrativos para investimentos nas transições ocasionadas pelos desafios climáticos, o risco de insucesso do Acordo de Paris se torna maior.”
A COP30, que acontecerá na cidade de Belém (Pará), em 2025, marcará os 10 anos do Acordo e deverá apresentar a nova ambição para o período 2031-2035, o que será central para entender onde estamos globalmente diante dos esforços necessários para alcançar a meta de 1.5°C.
Diante disso, a atualização das NDCs exige um amplo esforço de todos os países. A nova NDC brasileira, por exemplo, estabelece uma redução nas emissões de gases de efeito estufa de 59% a 67% em 2035 em comparação com 2005, o que limitaria as emissões de 850 milhões a 1,05 bilhão de toneladas de dióxido de carbono equivalente. Ela também reitera os compromissos do Brasil em atingir a neutralidade líquida de suas emissões (net-zero) até 2050 e de zerar o desmatamento ilegal até 2030.
Os dirigentes das entidades ressaltam que “o potencial de mitigação intrínseco a geração de energias renováveis, incluindo o uso de biocombustíveis como o etanol, biodiesel, biometano e o combustível sustentável de aviação (SAF) também deve ser contemplado. Assim como o aprimoramento para mensuração das emissões e remoções de carbono na agropecuária tropical.”
O mercado de carbono é uma alternativa para apoiar países e empresas a reduzir e capturar carbono e, desta forma, impulsionar projetos que permitam gerar resultados de mitigação associados a iniciativas que gerem desenvolvimento sustentável.
Conheça o documento apresentado pela ABAG, FIESP, SRB e CropLife Brasil, organizações ligadas a implementação de ações de mitigação e adaptação nos setores de agropecuária, energias renováveis e uso da terra, com contribuições para a participação brasileira na COP29, mirando a COP 30 em Belém. (clique aqui).