Um dos 150 estudantes da Unoeste que aturam como voluntários (Foto: Homéro Ferreira)
O resultado do Mutirão do Lixo Eletrônico 2023 junta ao volume recebido do descarte feito pela comunidade fatos significativos, dentre os quais o olhar de quem tem expertise em eventos do gênero de norte ao sul do país. Para a gerente de relações institucionais da Associação Brasileira de Reciclagem de Eletroeletrônicos e Eletrodomésticos (Abree), Helen de Souza Brito, o evento em Presidente Prudente é modelo para o Brasil. Ela passou o dia de sábado (3) no maior de quatro pontos de descarte, no Parque do Povo.
Ao falar da parceira de três anos da Abree com a Prefeitura e Unoeste, contou que tinha uma visão por fotos e agora, pela primeira vez, pode ver presencialmente. Disse também que o evento já era divulgado como exemplo para outros municípios. “Mas só vindo aqui para ver a grandiosidade”, afirmou, manifestando o entendimento sobre o que faz a diferença: a universidade como ponte entre a administração pública e a população; juntas agregando parceiros e mobilizando toda a comunidade. “Em outras cidades a gente não vê tantas pessoas atendendo o apelo para o descarte correto; tão engajadas”, pontuou.
Em Jaú e Guarujá
Em conversa com o pró-reitor de pesquisa, pós-graduação e extensão Dr. Adilson Eduardo Guelfi ficaram preliminarmente acertadas ações de coleta de lixo eletrônico junto aos campi da Unoeste em Jaú e Guarujá, ainda este ano. No ano passado, a Abree fez ação em Guarujá junto à Cooperativa Mundo Novo. Agora, a proposta é levar a experiência de Prudente para reforçar a parceria na cidade litorânea e também para realizar a primeira ação de grande porte em Jaú. São entendimentos que também envolvem o gerente de operações da Abree, Robson Diego de Almeida.
Conforme Robson, em suas compras as pessoas devem verificar as empresas que contribuem com o meio ambiente, como são os casos das indústrias fabricantes de eletroeletrônicos e eletrodomésticos que mantêm a Abree, comprometidas com a logística circular, compreendida que produtos inservíveis ao usuário sejam destinados à reciclagem e voltem para os consumidores, seja em produto idêntico ou outro qualquer. O gerente de operações da Abree faz o apelo para que as pessoas acessem o site da associação (www.org.br) e conheçam os associados.
Arrecadadas 16 toneladas
O Mutirão do Lixo Eletrônico 2023, a exemplo de outras 14 edições anteriores, foi centralizado no recuo do Parque do Povo, em frente a TV Fronteira. Os demais pontos foram nos bairros Ana Jacina (zona sul), João Domingos Netto (zona norte) e Parque Alvorada (zona leste). Na sexta-feira (2), houve coleta do material descartado por moradores dos distritos de Ameliópolis, Eneida, Floresta e Montalvão. O volume total de todos os pontos lotou duas carretas da GM&C, empresa de São José dos Campos, com mais de 20 anos de experiência em logística reversa e reciclagem.
A estimativa é de que no total foram arrecadadas pelo menos 16 toneladas. Pouco mais da metade da previsão: o que se explica pelo maior tempo de vida útil de vários produtos, a exemplo de desktop (computador fixo) e laptop (computador móvel), seja pela tecnologia de fabricação ou cuidados como os de manutenção preventiva e outros. O secretário municipal de tecnologia de tecnologia Helton Sapia tocou nesse assunto ao se manifestar publicamente no final do evento, momento em que agradeceu e enalteceu todos os envolvidos, parceiros, voluntários e, especialmente, a população.
Pilhas de relógios
No ponto do Parque do Povo, a ação ocorreu das 8h às 16h. Nos bairros foram das 9h às 13h. Amélia Sawada, moradora do centro de Prudente, foi a primeira a fazer o descarte, às 8h. A relação dela com o mutirão vem de algum tempo e sua consciência ambiental faz com que tenha os mínimos cuidados. Fez o descarte de pilhas de relógios que guardou desde antes da pandemia do coronavírus, no começo de 2020. Também levou um pequeno farolete. Os produtos de descarte estavam em sacolinha plástica que carregou do centro da cidade ao parque, onde foi caminhar.
Uma das carretas com a carroçaria abarrotada de lixo eletrônico (Foto: Homéro Ferreira)
O estudante de Análise de Desenvolvimento de Sistemas na Faculdade de Informática de Presidente Prudente
