Arsenal era composto por carregadores, pen drives, HD externo, modem 4G e fones de ouvido de celulares. Órgão afirmou que postura do magistrado demonstra ‘absoluta certeza de impunidade’.
O juiz Sérgio Humberto de Quadros Sampaio, que está preso desde o ano passado, por participação em esquema de vendas no estado, investigado pela Operação Faroeste, mantinha um “arsenal de aparelhos eletrônicos”, dentro da cela, segundo informações do Ministério Público Federal (MPF).
De acordo com o MPF, o arsenal era composto por carregadores, pen drives, HD externo, modem 4G e fones de ouvido de celulares. O órgão afirmou que a postura do magistrado demonstra “absoluta certeza de impunidade”.
Em nota, a defesa de Sérgio Humberto que todos os itens citados foram autorizados pelo Batalhão e o modem era usado exclusivamente na TV.
Sérgio está preso por suspeita de vender decisões para um falso cônsul da Guiné Bissau, de nome Adailton Maturino, na disputa por mais de 300 mil hectares de terra na região de Formosa do Rio Preto, também no oeste baiano.
Na ocasião, a defesa de Sérgio Humberto de Quadros Sampaio informou que recebeu com surpresa a notícia e afirmou que os fatos não são verdadeiros. De acordo com os advogados do juiz, desde a prisão dele, nenhuma pessoa está autorizada a falar em nome de Sérgio Humberto, senão a equipe dele.
Suspeita de propina
No dia 21 de junho, o Ministério Público Federal anunciou que pediu a conversão da prisão temporária em preventiva do homem suspeito de pedir propinas em nome do juiz Sérgio Humberto de Quadros Sampaio.
Segundo o MPF, a manifestação foi encaminhada nesta segunda ao ministro Og Fernandes, relator da Operação Faroeste na Corte Especial do Superior Tribunal de Justiça (STJ).
O homem, que não teve a identidade revelada, é investigado pela prática de corrupção e lavagem de dinheiro em um cenário de cobrança e recebimento de vantagens indevidas pela venda de decisões judiciais, em benefício de um grupo empresarial.
Segundo a Polícia Federal, mesmo após sete fases da Operação Faroeste, o investigado permanecia em atividade criminosa no recebimento de propina e potencial lavagem de dinheiro em nome do magistrado, além de se colocar como negociador de vacinas contra a Covid-19.
O valor solicitado seria de aproximadamente R$ 2,2 milhões. Sobre os fatos relacionados à comercialização de vacinas, o MPF afirmou que requer a continuidade da investigação na primeira instância, por não se tratar de pessoa com prerrogativa de foro junto ao STJ.
Pedido de manutenção de prisões
Na noite de terça-feira (29), o MPF ainda pediu a manutenção da prisão ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) da desembargadora Maria do Socorro Santiago, Adailton e Geciane Maturino, Antônio Roque, Márcio Duarte e o juiz Sérgio Humberto, todos réus da operação.
Entretanto, nesta quarta-feira (30), o Superior Tribunal de Justiça (STJ) determinou a soltura de Maria do Socorro Santiago.
A redação tenta o contato com as defesas de Maria do Socorro Santiago, Adailton e Geciane Maturino, Antônio Roque, Márcio Duarte e o juiz Sérgio Humberto, todos réus da operação
Fonte: G1