Cordélia não paga acordo judicial e empresa deixa eunapolitanos sem ônibus há mais de 30 dias

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A prefeita disse que não perseguirá ninguém

Sem recursos para pagar os funcionários da Empresa Eunapolitana (GWG é o nome de fantasia) o empresário Adelson Cirilo dos Santos diz que vai colocar os ônibus à venda para honrar os compromissos da empresa. “Quero cumprir meus compromissos. Não vou dar prejuízo a ninguém. Vou pagar todo mundo a quem devo e sair com a cabeça em pé”. Desabafou.

Com as atividades paralisadas desde o dia 26 de dezembro passado, quando o terceiro veículo da empresa foi queimado em um intervalo de 60 dias, Adelson explica que a causa da suspensão dos serviços não está relacionada à apenas as questões de falta de segurança.

Segundo o empresário “o problema mais grave é a redução do número de passageiros”, devido ao que chamou de “concorrência desleal do transporte clandestino que está tirando a receita do sistema convencional”. A redução da demanda se agravou durante a pandemia do novo coronavírus, quando houve fechamento do comércio, a fim de cumprir o isolamento social. “Mesmo assim a empresa rodou com o mesmo número de veículos”. Enfatizou.

Recentemente, “um dado adicional ao quadro caótico que a empresa já enfrenta”, acrescentou Adelson Cirilo, é que a nova prefeita de Eunápolis, Cordélia Torres (DEM), “se recusa a pagar a contrapartida do município para cobrir as gratuidades”.

“A prefeita está se recusando a pagar dívidas do município com a empresa GWG. A gestora acha que as obrigações do município não são de responsabilidade dela e com essa postura de querer fugir da responsabilidade, alegando que ela não tem compromisso com dívidas passadas, Cordélia está tornando a vida dos eunapolitanos cada dia mais difícil”. Frisou.

A Prefeita Cordélia Torres ainda não foi ouvida e a reportagem tenta o contato da Assessoria de Comunicação do município.

CONCESSÃO

Em 2010 a Empresa Eunapolitana venceu a licitação para explorar, mediante concessão, o serviço de transporte coletivo no município de Eunápolis. O prazo expira em 2025. O compromisso da empresa é atender a 116 mil passageiros/mês pagantes e mais 19 mil/mês estudantes, que praticam a meia passagem. Em contrapartida, o município paga à empresa o subsídio de R$ 68.700,00 mil mensal.

Este subsídio equivale à diferença entre o valor cobrado do usuário versus o custa real da passagem, que seria mais alto.

Com o repasse desses recursos, a prefeitura reduz as perdas das empresas com gratuidade [agentes de saúde, idosos, portadores de necessidades especiais e seus acompanhantes etc] e outras despesas que, sem a compensação, seriam repassadas à tarifa.

Durante a primeira tratativa a prefeita, segundo Adelson Cirilo, ofereceu R$ 50 mil para o mês de dezembro, quando os ônibus rodaram até o dia 26.

Adelson Cirilo ressalta que a tarifa praticada ao transporte público de Eunápolis é das mais baixas no estado da Bahia, menor que Porto Seguro, Itabuna e Teixeira de Freitas. Por outro lado, informou que desde abril de 2020 já houve reajuste da passagem para R$ 3,30 o qual, embora homologado na justiça, a empresa não repassou aos usuários, devido à pandemia do novo coronavírus.

VALE TRANSPORTE

A GWG emprega 100 trabalhadores diretos e dispõe de uma frota de 20 veículos que cobrem 90 mil quilômetros de linhas urbanas e rural no horário de 5h às 22h com redução de frota aos sábados (a partir das 14 h), domingos e feriados. Hoje, sem condições de cobrir a folha de pessoal e as despesas de manutenção, Adelson Cirilo explica que da previsão de 120 mil passageiros/mês a empresa só está atendendo a 45 mil usuários por mês.

Uma das soluções apresentadas por ele é que o município adquira 120 mil vales transporte a cada mês, para atender aos servidores públicos que aderirem à modalidade. Em contrapartida, a empresa se compromete a refazer sua planilha de tráfego, ajustando os pontos de parada aos prédios públicos, como escolas, creches, postos de saúde, CCZ, hospital etc.

A proposta foi apresentada ao grupo de 17 vereadores, reunidos a semana passada, no gabinete do presidente da Casa, Jorge Maécio (PP) com a presença da procuradoria jurídica da Câmara, além do advogado Jota Batista, que presta assistência jurídica ao chamado Gr 11, além dos ex-vereadores Vasco Queiroz e Paulo Brasil.

“Eu estou pedindo a prefeita, ao Ministério Público e aos vereadores que a dialogue e que a prefeitura cumpra o contrato porque chegou um momento que a empresa não consegue rodar mais”. O apelo do empresário é para que a prefeita pague o subsídio mensal de R$ 68,700 mil referentes aos meses de dezembro/2020 e janeiro/2021.

“Trata-se de uma empresa privada que presta serviço público, é obrigação do município cobrir as gratuidades, corrigir as coisas, e garantir ao povo o direito de ir e vir”. Concluiu.

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