John de Jesus Serra conta que tentou ajudar criança que aparentava estar perdida, em Porto Seguro, quando foi contido por homens e preso pela polícia. Justiça decidiu por inocentá-lo por falta de provas.
Um homem que ficou preso por oito meses acusado de crime de sequestro foi inocentado pela Justiça por falta de provas em Porto Seguro, no sul da Bahia. O segurança patrimonial e dançarino, John de Jesus Serra, afirma que foi preso por engano e decidiu mover uma ação contra o Estado.
John Serra foi preso em março de 2011, acusado de ter sequestrado e mantido uma criança de quatro anos em cárcere privado. Ele ficou preso por oito meses na delegacia de Eunápolis, no extremo sul do estado.
O segurança patrimonial foi solto após um pedido de relaxamento de prisão e aguardou o julgamento em liberdade. Nove anos após ter sido preso, em junho de 2020, ele foi julgado e inocentado pela Justiça por falta de provas.
John conta que estava tentando ajudar uma criança que parecia estar perdida, em uma rua próxima da Rodoviária de Porto Seguro, quando foi contido por homens e preso pela polícia.
“Eu me deparei com uma criança que apresentava ter uns três anos e meio ou quatro anos, perdida, chorando, pedindo socorro”, disse.
Depois de ficar preso por oito meses, homem acusado de crime de sequestro é inocentado por falta de provas no sul da BA — Foto: Reprodução / TV Santa Cruz
Segundo John, quando foi socorrer a criança, ele saiu perguntando se alguém a conhecia. Nesse momento, três pessoas teriam o abordado dizendo que ele seria “o estuprador que estava atuando” na região.
“Naquele momento as pessoas chamaram a polícia e os policiais chegaram de imediato já me agredindo e me batendo”, afirmou.
Após a prisão, John relata que não conseguiu mais atuar na área em que trabalhava. Logo, decidiu entrar na Justiça contra o estado e pediu uma indenização.
“Essa ação nós propomos para que o Estado seja responsabilizado pelos danos causados, por todo o sofrimento e de ter sido também acusado injustamente. Afinal, ele é um homem de bem e trabalhador. Então a ação serve como reparação para os danos morais”, disse Maria Olívia Stoco, advogada do segurança patrimonial.
Atualmente, John trabalha com a esposa e aguarda que a reparação seja feita.
“Eles viram que eu sou inocente e deram a sentença em meu favor. Agora estou aliviado e espero essa reparação ser feita para eu ter mais essa vitória”, concluiu.
Fonte: G1