Advogado Jader Nogueira acredita que o tiro que atingiu Nelson Ghisolfi foi disparado pela polícia. Exame de balística foi feito, mas ainda não ficou pronto.
A família do aposentado de 66 anos que foi morto por bala perdida durante um culto em casa, em Cariacica, na Grande Vitória, vai entrar na Justiça contra o estado. O advogado Jader Nogueira acredita que o tiro que atingiu Nelson Ghisolfi foi disparado pela polícia.
O exame de balística foi feito para saber se o tiro que matou o aposentado, no dia 27 de junho, saiu da arma dos criminosos ou dos policiais, mas o resultado ainda não ficou pronto.
A Polícia Civil informou que o caso segue sob investigação do Departamento Especializado de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) e as informações só serão repassadas após a conclusão do inquérito policial.
“O elemento que a polícia perseguia descia de lá para cá e a polícia vinha ao seu encalço. Não há, ao nosso ver, probabilidade de que esse senhor que veio a ser atingido tenha atirado de costas para a casa do seu Nelson e, sim, quem estava descendo à sua captura. Acreditamos que seja a polícia”, falou o advogado.
Segundo a polícia, Nelson participava de um culto realizado dentro da própria residência, com amigos e familiares, quando houve uma troca de tiros entre policiais e criminosos na Rodovia José Sette.
Um dos disparos chegou ao cômodo em que era realizada a celebração. “A gente estava orando. De repente, ele sentiu que a bala bateu nele. Olhei pra cima e pensei ‘gente, tá dando muito tiro’. Ficou sangrando muito”, contou a viúva do aposentado, Maria Helena Santos, que ainda disse acreditar que o tiro que matou Nelson partiu da polícia.
Desde a morte do aposentado, os cultos não acontecem mais. “Era ele que queria os cultos. Então, fico com muita lembrança dele”, disse a mulher.
O caso
Policiais da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) contaram que o problema começou depois que criminosos reconheceram um policial de folga que estava em um bar, movimentado durante todo o dia por conta do jogo do Brasil.
O policial percebeu uma movimentação estranha e pediu ajuda pelo Ciodes (190). Assim que os carros da polícia chegaram, os criminosos começaram a atirar. Os policiais revidaram.
Renan Xavier, de 24 anos, suspeito de participar do tiroteio, também foi atingido por dois tiros. Ele chegou a ser socorrido, mas não resistiu.
Dois dias depois da morte de Nelson e de Renan, quatro policiais militares foram presos, sendo três por homicídio e um por omissão, mas foram soltos 48 horas depois. Atualmente, eles continuam afastados da função e de licença médica.
Fonte: G1