Casos estão sendo investigados pela Vigilância em Saúde Ambiental e pela Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (Sesab).
Casos de possível intoxicação por manchas de óleo dos litorais são investigados
Dois casos suspeitos de intoxicação pelo óleo que atinge o litoral do Nordeste do Brasil estão sendo investigados no município de Ilhéus, localizado na região sul da Bahia. Os casos envolvem pessoas que tiveram contato com o óleo e relataram o aparecimento de sintomas que surgiram logo depois. Em toda a Bahia, já são 28 municípios atingidos pela substância.
Aproximadamente 16 toneladas de óleo já foram recolhidas em 60 km de praias em Ilhéus, desde o surgimento das primeiras manchas no município. Nesta segunda-feira (4), no entanto, não houve aparecimento de novas manchas na região e, conforme a prefeitura, as praias estão liberadas.
Os casos suspeito de intoxicação pelo óleo estão sendo investigados pela Vigilância em Saúde Ambiental e pela Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (Sesab).
Turista de MG fica com manchas no corpo após banho de mar no sul da Bahia — Foto: Arquivo Pessoal
Um deles envolve um turista de Minas Gerais, de 38 anos, que ficou com manchas no corpo após tomar um banho de mar na manhã do último sábado (2), na Praia de Corurupe.
Em entrevista, Anderson Gabriel, que é da cidade de Teófilo Otoni, contou que caminhava sozinho na praia quando decidiu tomar um banho de mar. O turista conta que ficou dentro da água por cerca de 40 minutos e saiu quando o corpo começou a arder.
O outro caso sob investigação é o da ativista ambiental Claudia Santana, que estava trabalhando como voluntária recolhendo substâncias nas praia de Ilhéus até o dia em que passou mal. “Foi muita dor de cabeça, imensurável, muita dor no estômago, tontura enjoo e muito confusa. Eu desconfiei logo que só poderia ser do óleo”, afirmou, em entrevista à TV Santa Cruz, afiliada da Rede Bahia na região.
Ambientalista Claudia Santana passou mal quando estava trabalhando como voluntária recolhendo substâncias nas praia de Ilhéus — Foto: Reprodução/TV Santa Cruz
“Vamos fazer exames com ela para saber como está a saúde, mas também estamos monitorando ela. Estamos entrando em contato para saber e também ela já está tendo melhora”, afirmou Gleidson Santana, coordenador da Vigilância em Saúde do município.
O surfista Igor Setúbal também disse ter tido mal estar após pegar onda na Praia do Sul, em Ilhéus. O caso dele, no entanto, não foi registrado pela Secretaria de Saúde do município porque ele não procurou um médico para ser avaliado. “Eu senti um pouco de azia, misturado com mal estar, enjoo e leve tontura e dificuldade de respirar”, destacou.
Apesar dos casos em investigação, o secretário do Meio Ambiente de Ilhéus, Jerbson Moraes, garante que as praias estão próprias para o banho. “Ontem eu estive com minha família nessa praia aqui, tomamos banho aqui. O turista pode vir porque em Ilhéus as praias estão limpas”, afirma.
Manchas na Bahia
Das localidades afetadas, a praia de Guarajuba, em Camaçari, é a que tem o pior estado na região metropolitana de Salvador — Foto: Itana Alencar/G1 BA
As manchas de óleo começaram a chegar à Bahia em 3 de outubro, quase um mês após o início do problema no país. Até esta segunda-feira, 28 cidades baianas e o Parque Nacional de Abrolhos foram atingidos. O Governo do Estado decretou situação de emergência.
Os pequenos fragmentos de óleo foram detectados em Abrolhos – berço de baleias-jubarte e de espécies raras de corais foram confirmados pela Marinha no dia 2 de novembro. Por causa disso, a visitação a Abrolhos foi suspensa por três dias.
Desde o início da semana, quando praias de municípios próximos foram contaminadas, pescadores realizavam uma força-tarefa para impedir que o petróleo chegasse a essa região, porém a ação não impediu o problema.
VÍDEO: Manchas de óleo na região de Abrolhos
Segundo o órgão, quem fez a a remoção desses fragmentos na Ponta da Baleia, em Caravelas, e na Ilha de Santa Bárbara, em Abrolhos, foi o Grupo de Acompanhamento e Avaliação (GAA). Ele é formado pela Marinha do Brasil, Agência Nacional de Petróleo (ANP) e Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).
Fonte: G1