O Julgamento começou na segunda-feira (14) e a expectativa é de que o resultado saia nesta terça-feira (15). Defesa de réus diz que não há provas.
Mais de 20 anos após a morte de um radialista no município de Eunápolis, no extremo sul da Bahia, quatro acusados de serem os mentores do crime estão sendo julgados em júri popular. A sessão começou na segunda-feira (14) e a expectativa é de que o resultado saia nesta terça-feira (15).
O julgamento ocorre no Fórum Albiani. Os quatro réus são o ex-prefeito de Eunápolis, Paulo Dapé, o atual vereador Valdemir Batista Oliveira, o bancário Antônio Oliveira Santos e a sacerdotisa Maria Sindoiá.
Os quatro réus foram denunciados pelo o autor dos disparos, o ex-policial militar Paulo Sérgio Lima, que já cumpriu pena pelo assassinato. Na época, Paulo Dapé era prefeito de Eunápolis e os outros três eram funcionários comissionados da prefeitura.
A partir da denúncia do atirador, todos os citados foram acusados pelo Ministério Público da Bahia (MP-BA) de envolvimento na morte do radialista, que apresentava na época um programa que fazia críticas à gestão municipal.
O radialista foi morto a tiros no dia 9 de outubro de 1997, quando passava perto da Feira do Bueiro, indo para o trabalho. Ele estava com o filho, que era menor de idade, quando dois homens em uma moto se aproximaram e atiraram.
“O fato deles estarem colocados como réus significa que já houve uma imputação criminal, ao longo do processo, contra essas pessoas. Então, o que o julgamento vai avaliar é se realmente a imputação feita pelo Ministério Público é uma imputação verdadeira ou falsa segundo o convencimento dos jurados”, explica o promotor do MP-BA, Luís Ferreira Neto.
A defesa tenta comprovar a inocência dos réus negando que eles teriam qualquer envolvimento no crime. “A prova que tem no processo é uma prova pálida, uma prova que não autoriza a condenação de nenhum dos acusados”, disse o advogado Maurício Vasconcelos, que atua na defesa do ex-prefeito de Eunápolis, Paulo Dapé.
Os advogados de Valdemir Oliveira, Antônio Oliveira Santos e Maria Sindoiá também defendem que o ex-policial mentiu nos depoimentos e que não há provas que sustentem a acusação.
No primeiro dia de julgamento, na segunda-feira, foram selecionados os jurados: 7 homens. As 14 testemunhas listadas foram dispensadas. À tarde, os reús foram interrogados. A fase dos debates entre defesa e acusação deve ser concluída nesta terça-feira. Não foi registrada a presença de familiares do radialista no primeiro dia do júri.
Fonte: G1