O prefeito de Itamaraju, Marcelo Angênica (PSDB), que ironicamente é médico, e seu secretário de saúde, o comerciante conhecido como Fábio da Minas, utilizaram mais uma vez os advogados da prefeitura para recorrerem à justiça com o objetivo de não fornecerem medicamentos a uma paciente que ficou com graves sequelas após contrair o coronavírus.
A justiça já havia determinado que Marcelo Angênica fornecesse os medicamentos para uma mulher que é portadora
de esclerose sistêmica progressiva com acometimento pulmonar grave que evoluiu com dispneia, e contrair COVID-19, teve uma piora na dispneia ao menor esforço. Em virtude da
gravidade do quadro clínico e pelo resultado insatisfatório foi
prescrito os medicamentos (Miofenolato de Mofetill, OFEV 150 MG – Esilato de Nintedanibe), porém o prefeito e o secretário estão lutando na justiça para não fornecerem os medicamentos.
A paciente já havia conseguido uma liminar que obrigava o prefeito a fornecer a medicação, porém o mesmo recorreu ao tribunal de Justiça, em Salvador, buscando derrubar a decisão para não disponibilizar os medicamentos à paciente. A ação foi impetrada pela advogada Simone Neta, que obteve sucesso contra o prefeito Marcelo Angênica novamente foi derrotado no TJBA, onde o Desembargador Rosalvo Augusto Vieira manteve a decisão do juiz de Itamaraju que obrigava o gestor a fornecer os medicamentos sob pena de ter que pagar multa diária de R$ 1.000,00 (mil reais).
O que deixa todos perplexos é que o município de Itamaraju recebeu mais de R$ 10 milhões de reais do Governo Federal para o combate ao coronavírus, e mesmo assim o prefeito Marcelo Angênica e seu secretário de saúde, Fábio da Minas, utilizam os advogados pagos com dinheiro público para recorrerem e não fornecerem os medicamentos para pacientes afetados com a doença. “Uma atitude desumana do prefeito. Ele faz isso porque não é um parente dele e ele tem plano de saúde e não precisa.” Disse uma amiga da paciente que ficou indignada com a situação.
Como o prefeito de Itamaraju foi derrotado no TJBA, ele ainda poderá recorrer em Brasília para tentar derrubar a decisão e não fornecer as medicações.