Wemerson Dutra Aguiar, de 25 anos, foi preso com mais nove brasileiros, em Massachusetts. Estimativa é de que mais de 2 mil pessoas tenham sido vítimas dos roubos e tiveram identidades usadas desde 2019.
Um baiano de Vitória da Conquista, cidade do sudoeste da Bahia, foi preso com mais nove brasileiros, em Massachusetts, Boston, nos Estados Unidos, suspeito de envolvimento em um esquema de estelionato operado desde 2019.
A estimativa é de que mais de duas mil pessoas tenham sido vítimas dos roubos e tiveram as identidades usadas no esquema.
Segundo informações da Polícia Federal de Vitória da Conquista, o homem foi identificado como Wemerson Dutra Aguiar, de 25 anos. A prisão aconteceu na sexta-feira (7) e ao todo, 19 brasileiros são acusados pelo crime. Os outros nove seguem em liberdade, mas são investigados pelo crime.
Em nota, o Departamento de Justiça do distrito de Massachusetts explicou que o esquema operava em todo território dos Estados Unidos criando contas fraudulentas em aplicativos de entrega e transporte. As contas eram criadas com identidades roubadas e vendidas para motoristas que não tinham qualificações necessárias para fazer a operação.
De acordo com o departamento, o esquema também contava com a criação e uso de “bots automatizados” e tecnologia de falsificação de GPS para aumentar o dinheiro recebido com as contas fraudadas.
Conforme o Departamento de Justiça do distrito de Massachusetts, o esquema era operado desde janeiro de 2019, com os conspiradores fraudando pelo menos cinco empresas de transporte e entrega.
O esquema envolvia obtenção de imagens das cartas de condução das vítimas e dos números da Segurança Social, criação de contas de condutor fraudulentas utilizando estes identificadores, e o aluguel ou venda dessas contas.
Ainda segundo o departamento, os envolvidos no esquema alugavam ou vendiam as contas para pessoas que, de outra forma, não se qualificavam para conduzir para os serviços de carta de condução e entrega porque “não satisfaziam as qualificações mínimas, não eram elegíveis para trabalhar nos Estados Unidos, ou não podiam passar uma verificação de antecedentes”.
O Departamento de Justiça do distrito de Massachusetts informou que as acusações de conspiração para cometer fraude informática preveem uma pena de até 20 anos de prisão, três anos de libertação supervisionada, e uma multa de 250 mil dólares ou o dobro do ganho ou perda bruta da infracção, o que for maior.
As sentenças são impostas por um juiz de um tribunal distrital federal com base nas diretrizes de sentença dos EUA e outros fatores estatutários.
Em nota, o Itamaraty, por meio das repartições consulares nos Estados Unidos, afirmou que presta assistência possível a brasileiros privados de liberdade naquele país, respeitando os tratados internacionais vigentes, como a Convenção de Viena sobre Relações Consulares e a legislação local.
O Itamaraty afirmou que já foi informado sobre o caso e as autoridades consulares brasileiras nos EUA prestam assistência consular às famílias.
Fonte: G1