Movimento “Vai Ter Gorda” celebra 5 anos com ato: ‘erguendo mulheres’

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Ação ocorreu também em outras quatro capitais brasileiras, destacando a luta contra o preconceito e levantando debate sobre a violência contra as mulheres.

As mulheres do Movimento Vai Ter Gorda realizaram um ato neste domingo (10) na orla de Salvador, em comemoração aos cinco anos de fundação do movimento que visa combater a gordofobia.

A ação ocorreu também em outras três cidades (Rio de Janeiro, Recife e Fortaleza), destacando a luta contra a gordofobia, inclusão de mulheres gordas no mercado de trabalho e cobrando políticas públicas e de saúde.

O grupo se reuniu para um ensaio fotográfico temático no Largo das Baianas, em Amaralina, em frente ao monumento do artista Bel Borba, homenageando também as baianas de acarajé. Estiveram presentes algumas mulheres de Irará – cidade a cerca de 130 km distante de Salvador – e dos municípios da região metropolitana de Salvador, como Camaçari e Lauro de Freitas.

O ensaio foi feito em parceria com o Concurso Garota Plus, evento de moda que exalta a beleza feminina formado somente com modelos plus size. As fotos ocorreram à beira da praia, sem aglomeração e respeitando o distanciamento social necessário para evitar a proliferação do novo Coronavírus. Embora a recomendação sanitária seja o uso da máscara, as integrantes do grupo retiraram a proteção para algumas fotos, mas informaram que mantiveram o distanciamento social.

“O movimento está nessa luta em combate ao preconceito promovendo também desfiles, e concursos de beleza. As fotos foram feitas para mostrar um debate de que não existe um corpo padrão. Que a mulher pode vencer os padrões montados pela sociedade e pode estar em diversos espaços de poder, como ela quiser”, declarou Paulo Arcanjo, fotógrafo que registrou o ensaio.

De acordo com Adriana Santos, coordenadora do movimento, as mobilizações são importantes, mesmo em meio à pandemia. Segundo ela, neste período, o preconceito se torna ainda mais evidente pelo fato das mulheres gordas serem enquadradas entre pacientes em grupo de risco da Covid-19.

“A luta não pode parar até que as nossas discussões possam adentrar aos espaços de poder para que haja inclusão social, políticas públicas, direitos e representatividade de mulheres gordas no mercado de trabalho e na mídia, além da pauta do feminismo e de não violência contra as mulheres”, afirmou.

Força conjunta e resiliência

Movimento Vai Ter Gorda realizou ato na orla de Salvador na manhã deste domingo (10) — Foto: Paulo Arcanjo/Arquivo Pessoal

Movimento Vai Ter Gorda realizou ato na orla de Salvador na manhã deste domingo (10) — Foto: Paulo Arcanjo/Arquivo Pessoal

Um dos pontos de destaque do movimento é a cooperação entre as integrantes e a força que os membros transmitem entre si. De acordo com Adriana, isso é um ponto fundamental para que a luta seja mantida e uma possa amparar a outra, seja de forma psicológica ou fortalecendo a autoestima.

“Não existe um diálogo sobre as dificuldades que essas mulheres encontram para entrar no mercado de trabalho, nos espaços que são negados. Precisamos estar unidas, nos fortalecendo”, disse.

Segundo ela, as conquistas do grupo nestes cinco anos seguem a passos curtos, mas firmes no combate ao preconceito e à falta de políticas públicas para as mulheres gordas.

“A gente tem feito, durante esses cinco anos, um trabalho de formiguinha para que mais mulheres possam estar se erguendo e tendo consciência do seu valor na sociedade e assumindo seu corpo. A nossa palavra-chave é a resiliência”, afirmou.

O movimento Vai Ter Gorda nasceu na Bahia e se expandiu para Portugal, Itália, Suíça, Noruega e Angola e há a expectativa de se estender aos Estados Unidos e outros países da América Latina.

Fonte: G1

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