Um programa de controle de odor, conhecido como Rede de Percepção de Odor (RPO), tem ajudado a Veracel celulose, localizada no extremo sul da Bahia, a direcionar investimentos no controle ambiental da sua fábrica de celulose, com base nos registros de percepção de odor informados pela comunidade. A Rede é formada por 25 voluntários que residem nas cidades e povoados no entorno da fábrica e que, anualmente, se reúnem para serem treinados na percepção do odor característico do processo de fabricação de celulose e para validação dos registros de percepção de odor do ano anterior.
A RPO foi formada há 13 anos e tem como principal diferencial o fato de que a maioria dos voluntários permanece na rede desde a sua formação original. As pessoas estão cada vez mais especializadas para perceber e identificar corretamente as ocorrências de cheiro da fábrica na comunidade. O coordenador de Controle Ambiental da Veracel, o engenheiro químico Tarciso Matos, destaca que o odor da fábrica pode ser confundido com outras fontes de odor existentes na comunidade, como o cheiro do gás de cozinha, esgoto sanitário, lixo. No entanto, o voluntário treinado pode distinguir o odor característico da fábrica dos demais com menor chance de erro.
O coordenador conta que no último ano houve apenas duas ocorrências de odor da fábrica na comunidade, ao contrário de 2017 que houve 15 registros de odor. Para cada registro de ocorrência de odor é iniciado um processo de análise e investigação da falha, bem como estabelecido um plano de ação corretiva e preventiva. A principal razão para a redução significativa nos registros de odor foram os investimentos realizados na parada geral periódica para manutenção da fábrica, realizada em outubro de 2017. Além dos investimentos realizados, o comprometimento das equipes operacional, de meio ambiente, manutenção e engenharia são fundamentais para priorizar o tratamento de toda ocorrência de odor, seja ela interna ou externa a fábrica.
Os voluntários da rede usam um canal 0800 para comunicar as ocorrências aos gestores da fábrica e qualificam o odor como forte ou fraco. “O cheiro não causa nenhum mal à saúde, mas pode ser desagradável. Por isso, são tão importantes a manutenção e o funcionamento da RPO”, afirma Matos. A rede também é uma condicionante ambiental da Licença de Operação da fábrica, expedida pelo INEMA.