A campanha do candidato à Presidência Fernando Haddad (PT) pediu nesta terça-feira (16) que o Ministério Público Eleitoral investigue a visita de ontem do adversário Jair Bolsonaro (PSL) à sede do Bope (Batalhão de Operações Policiais Especiais) da Polícia Militar no Rio de Janeiro.
Para os advogados de Haddad, a visita do candidato configura crime eleitoral, pois a legislação proíbe atos de campanha dentro de prédios públicos.
Como cabe apenas ao Ministério Público dar seguimento a investigações por crime eleitoral, caberá à Procuradoria-Geral Eleitoral avaliar a representação da campanha petista. A Procuradoria Eleitoral é chefiada pela procuradora-geral da República, Raquel Dodge.
Se a Procuradoria entender que há irregularidade no caso, poderá pedir a abertura de uma ação ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral).
A visita de Bolsonaro ao Bope ocorreu na segunda-feira (15). O candidato conversou com policiais da unidade e divulgou um vídeo do encontro após a visita.
Na representação enviada ao Ministério Público, a campanha de Haddad afirma que houve “intenção expressa do noticiado [Bolsonaro] em, por meio de espaço público, quebrar a igualdade de concorrência entre os partidos”, diz o texto do documento.
Agenda no Bope
No encontro de segunda-feira, Bolsonaro discursou e disse aos integrantes da tropa que eles terão um deles em Brasília, caso ele seja eleito.
“Nós temos que acreditar e tentar mudar, e buscar fazer a coisa certa. Acho que isso é possível, afinal de contas, não temos outro caminho”, disse Bolsonaro em discurso aos policiais.
“Podem ter certeza que, em chegando, teremos um dos nossos lá em Brasília”, complementou, antes de finalizar com um grito de “caveira”, o símbolo do Bope.
Antes de se despedir, Bolsonaro prestou continência para um coronel que o recebeu no quartel do Bope, mas brincou com a situação: “Estou dando continência para um coronel, mas quem vai mandar no Brasil são os capitães.” O candidato é capitão reformado do Exército.